Um contexto sobre os anseios dos físicos:
Até o fim do século XIX os físicos teóricos tinham uma abordagem dual para estudar o universo (macro ou micro), paralelo a isso, muitos defendiam a possibilidade ser possível formular uma teoria que conseguiria unificar a gravidade (Newtoniana) com outras forças, até esse momento não havia uma teoria capaz de explicar os fenômenos nucleares.
Faltavam alguns fundamentos teóricos para que os físicos defendessem uma suposta "teoria de tudo".
Com a teoria da relatividade de Einstein e a teoria quântica, os físicos teóricos puderam abandonar suas limitações, propondo uma candidata para ser a "teoria de tudo", a teoria das cordas, que possibilitou aos físicos deixarem de lado o modelo tradicional (partículas) no lugar de um novo modelo que usa objetos unidimensionais (cordas). Dando consistência a uma interpretação quântica da gravidade (surgindo o gráviton, uma partícula hipotética), do ponto de vista matemático, exemplo disso é a geometria algébrica, que, a propósito, é a única coisa que eu entendo profundamente sobre o assunto .
Porém, ela se mostrava inconclusiva, dando possibilidade a 5 versões da teoria das cordas.
Eis que surge a teoria-M, teoria que unifica as 5 versões da teoria das cordas. Passamos então a tratar a teoria M como uma especificação mais técnica da teoria das cordas, com a adoção de um univeerso com 11 dimensões.
Ou seja, a denominação "teoria-M" surge mais por um fator de diferenciação de casos particulares (as 5 versões da teoria das cordas), evidenciando a 2ª revolução da teoria das cordas.
Breve análise a respeito da aceitação e rejeição da teoria:
Claramente a teoria-M tem uma definição desconhecida (como Penrose aponta), mas após essa sequência de descobertas é natural que os anseios dos físicos por uma "teoria do tudo" esteja mais forte que nunca e é natural haver uma defesa dessa ideia, mesmo que para isso os físicos tenham que deixar de fazer física (experimentos, demonstrações de consistência matemática e etc). Nas palavras de Penrose: "é um conjunto de ideias, aspirações e esperanças". Não sei dos posicionamentos de Hawking
A título de exemplo, darei alguns problemas dessa "teoria" (acho que já posso colocar entre aspas):
Falta de qualquer suporte experimental e embasamento científico para se firmar como uma teoria científica nos moldes das definições de Karl Popper.
Possibilidade de inconsistência da matéria escura com a teoria das cordas:
(31:00)
https://arxiv.org/abs/1806.08362
Em resumo, é uma conjectura (ainda não provada verdadeira) que entra em contradição com a teoria das cordas a respeito da energia no vácuo. A conjectura afirma que no espaço vazio a densidade de energia do vácuo diminui mais rápido do que a taxa de variação de alguma função de classe C1 ou classe superior, já a teoria das cordas assume a matéria escura constante (no espaço vazio). Futuramente a conjectura ou a teoria das cordas pode ser adaptada.
Em contrapartida, temos alguns fundamentos matemáticos consistentes na teoria das cordas:
Por exemplo: https://arxiv.org/abs/hep-th/9503124 mas note, nesse estudo o pesquisador já partiu da aceitação prévia da teoria das cordas (o que não tem nenhum problema para o propósito do artigo, que aliás, é excelente).
Consistência no cálculo do espelhamento de grávitons (utilizando conceitos da teoria de campo unificado)
Para concluir: Falta um suporte experimental para validar a teoria das cordas como uma teoria de fato, o que dizer então da teoria-M (unificadora das 5 teoria das cordas particulares). Claro, é importante sonhar, tal como Einsten e Hawking sonharam, mas sobre esse assunto eu prefiro a visão pragmática do Penrose. Por enquanto a dúvida persiste.
Aliás, esse "M" da teoria-M é M de que?...
